Influência da temperatura na tração de polímeros
A resistência à tração de um polímero é uma das propriedades mecânicas fundamentais para avaliar seu desempenho em diversas aplicações industriais. Ela descreve a capacidade do material de resistir a forças de tração até sofrer falhas ou deformações elásticas e permanentes. No entanto, essa propriedade é altamente dependente das condições ambientais, sendo a temperatura um fator crucial que pode alterar substancialmente o comportamento de um polímero. Variações térmicas afetam tanto a resistência à tração quanto a deformação dos polímeros, influenciando diretamente suas propriedades mecânicas.
Temas
Temperatura e Comportamento dos Polímeros
Uma classificação dos polímeros pode ser realizada de acordo com sua resposta térmica: termoplásticos, termofixos (ou termorrígidos) e elastômeros. Cada tipo de polímero reage de maneira distinta às variações de temperatura, o que afeta sua resistência à tração.
Polímeros Termoplásticos
Os polímeros termoplásticos, como o polietileno (PE), polipropileno (PP) e o policarbonato (PC), possuem a capacidade de “amolecer” ao serem aquecidos e endurecer ao esfriar. Quando submetidos a temperaturas elevadas, esses materiais tendem a se tornar mais maleáveis/flexíveis, o que pode reduz sua resistência à tração. A razão para isso está na natureza das suas cadeias poliméricas, que se tornam mais móveis à medida que a temperatura aumenta. Isso facilita o deslizamento das cadeias e a deformação do material, o que leva a uma queda na resistência à tração.
Em temperaturas mais baixas, os polímeros termoplásticos se tornam mais rígidos e frágeis, dificultando sua capacidade de se deformar. Nesse caso, a resistência à tração pode aumentar inicialmente, mas a ductilidade do material é reduzida, o que torna o polímero mais suscetível a fraturas ou rupturas sob tensões.
Polímeros Termofixos
Os polímeros termofixos, como a resina epóxi e o fenol formaldeído, apresentam um comportamento diferente. Ao contrário dos termoplásticos, eles não amolecem com o aumento de temperatura. Durante o processo de cura, as cadeias poliméricas se reticulam, formando uma rede tridimensional que torna o material mais resistente e menos suscetível à deformação térmica. Isso significa que, em temperaturas elevadas, os termofixos tendem a manter a rigidez e a resistência à tração até certo ponto, embora a exposição prolongada a altas temperaturas possa causar degradação química e perda de propriedades mecânicas.
No entanto, se a temperatura ultrapassar a faixa de serviço recomendada para os termofixos, pode ocorrer uma degradação térmica, o que resulta na perda de resistência à tração e de outras propriedades importantes, como a resistência ao impacto e a estabilidade dimensional.
Elastômeros
Os elastômeros, entre eles as conhecidas borrachas, apresentam um comportamento único em relação à temperatura. Em temperaturas baixas, eles se tornam rígidos e perdem sua elasticidade, resultando em uma diminuição significativa na resistência à tração. Em contrapartida, em temperaturas elevadas, os elastômeros ficam mais flexíveis e apresentam uma maior capacidade de deformação. Isso ocorre devido à natureza das suas cadeias poliméricas, que, embora sejam de estrutura flexível, têm uma rede de ligações cruzadas que permite ao material se esticar e retornar à sua forma original.
No entanto, um aumento excessivo da temperatura pode levar a uma diminuição da resistência à tração dos elastômeros devido à degradação térmica e à perda das propriedades elásticas, principalmente se a temperatura for superior à sua temperatura de serviço.
Efeitos Térmicos na Resistência à Tração
Quando um polímero é submetido a um aumento de temperatura, ele pode sofrer uma redução na sua resistência à tração por várias razões. A mobilidade das cadeias poliméricas aumenta, o que pode facilitar a deformação sob carga. Além disso, o aumento da temperatura pode alterar a viscosidade do polímero, tornando-o mais fluido e menos resistente a deformações plásticas. Esse comportamento é particularmente evidente em polímeros termoplásticos, que, ao atingirem temperaturas superiores à sua temperatura de transição vítrea (Tg), passam de um estado rígido e quebradiço para um estado mais flexível e deformável.
Por outro lado, em temperaturas baixas, a resistência à tração de muitos polímeros tende a aumentar, pois a diminuição da mobilidade das cadeias poliméricas torna o material mais rígido. No entanto, essa rigidez vem com o custo de menor ductilidade, o que pode resultar em fraturas mais fáceis quando o material é submetido a esforços mecânicos elevados.
Temperatura de Transição Vítrea (Tg) e Temperatura de Fusão (Tm)
A temperatura de transição vítrea (Tg) e a temperatura de fusão (Tm) são duas propriedades térmicas importantes que influenciam a resposta dos polímeros à temperatura. A Tg é a temperatura na qual um polímero amorfo ou a parte amorfa de um polímero semicristalino transita de um estado rígido (vidro) para um estado mais flexível, isto é, as cadeias da parte amorfa adquirem mobilidade. A Tm é a temperatura na qual um polímero semicristalino tem sua parte cristalina (cristalitos) “destruída”(fundida). Quando um polímero é aquecido além de sua Tg ou Tm, ele se torna mais suscetível à deformação sob tração devido à maior mobilidade das cadeias poliméricas.

Influência da temperatura na tração de polímeros
Conclusão
A temperatura é um fator essencial que influencia diretamente a resistência à tração dos polímeros. Em temperaturas elevadas, muitos polímeros se tornam mais flexíveis, o que reduz sua resistência à tração, enquanto em temperaturas baixas, eles tendem a ficar mais rígidos, e frágeis. As respostas específicas variam dependendo do tipo de polímero (termofixo, termoplástico ou elastômero) e de suas propriedades térmicas específicas, como a temperatura de transição vítrea. Para aplicações industriais, é essencial considerar a faixa de temperatura operacional de cada material, a fim de garantir o desempenho adequado do produto em condições térmicas variáveis.
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